O vinho não inspirou apenas poetas e filósofos ele também seduziu os pincéis.
Entre tintas e taças, atravessou séculos como símbolo de celebração, beleza e contemplação.
No final do século XVI, Caravaggio (1596–1597) pintou o seu Baco, retratando o deus do vinho com realismo quase humano: o prazer, a carne, a fragilidade.
Séculos depois, Van Gogh (1888) transformou um pôr-do-sol em vinho - O Vinhedo Vermelho em Arles vibra como se a própria terra respirasse.
E no início do século XX, Pablo Picasso (1912) reinventou garrafas e taças em seus still lifes, fazendo do vinho uma metáfora da criação: cor, tempo e transformação.
Três olhares, três épocas, um mesmo símbolo.
O vinho como espelho da vida intenso, transitório e vivo.
Mais do que uma bebida, o vinho é um ser em movimento: respira, amadurece, muda.
Carrega a memória da natureza, da cultura e do gesto humano.
Entre o silêncio das vinhas e o murmúrio da taça, revela a arte de existir com presença.
Dos clássicos aos naturais, dos complexos aos sem álcool, continua encantando gerações porque traduz o equilíbrio entre o visível e o invisível, entre o fazer e o sentir.
E até hoje, o vinho permanece nos ateliês, nos museus e nas mesas onde ideias nascem.
Porque arte e vinho compartilham o mesmo segredo: ambos exigem tempo, sensibilidade e alma.
O vinho está presente nos momentos de união, reflexão e celebração um brinde à beleza que nasce quando o humano encontra o sagrado da criação.