O vinho, a saúde e a sabedoria da medida
O vinho, a saúde e a sabedoria da medida

Um gole pode curar. Outro pode destruir.
Entre esses dois extremos existe uma linha tênue — e é exatamente aí que mora a sabedoria da vida.

Desde os banquetes gregos até a taça compartilhada em família, o vinho sempre foi mais do que bebida: foi metáfora do equilíbrio, da convivência e da justa medida.

Mas será que aprendemos essa lição? Ou será que esquecemos que a doença nasce não da falta, mas do excesso — de comer além do necessário, de buscar prazer sem limites, de transformar os dons da natureza em abusos?

 

O excesso como raiz da enfermidade

As tradições antigas viam a doença como consequência do desequilíbrio.

Hipócrates já afirmava que a enfermidade não era punição divina, mas resultado de abusos e desordem no viver.

Aristóteles chamava isso de hybris: a transgressão dos limites naturais, o excesso que rompe a justa medida.

Assim, muitas doenças não surgem por acaso, mas do uso imprudente dos recursos da vida — comer sem freio, transformar prazer em compulsão, viver sem equilíbrio.

 

O vinho entre remédio e veneno

Tudo o que foi dado para sustentar a vida pode, se mal utilizado, tornar-se destruição.

  • O alimento, natural e equilibrado, é cura; em excesso, é veneno.

  • O desejo, quando vivido com consciência, gera vida; quando distorcido, gera vazio.

  • A tecnologia, usada com equilíbrio, é avanço; sem medida, causa alienação.

E o vinho? Em moderação, é cultura, saúde e prazer. Em excesso, é vício e enfermidade.

“Nada é mais nocivo à alma do que a abundância sem medida.” – Sêneca


Voltar às raízes: natureza e sobriedade

O corpo humano foi feito para viver em sintonia com a natureza.
Quanto mais nos afastamos dela, mais adoecemos.

Não é à toa que crescem os movimentos que buscam o essencial: fitoterapia, alimentação natural, consumo consciente. Eles não são modismos — são sinais de um desejo profundo de retorno às raízes.

O vinho faz parte desse chamado: fruto da terra, memória do terroir, resultado do tempo lento da videira. Cada garrafa nos lembra que a vida pede ritmo, cuidado e equilíbrio.

 

Filosofia do vinho: lições para a vida

A sabedoria antiga e a tradição bíblica se encontram no mesmo ponto: a liberdade sem medida adoece.

  • Paulo escreveu: “Tudo me é lícito, mas nem tudo convém.” (1 Coríntios 6:12).

  • Sêneca alertou: “Nada é mais nocivo à alma do que a abundância sem medida.”

O vinho ecoa essas vozes. Ele nos ensina que não é beber muito, mas beber bem. Não é acumular, mas saborear.

 

 O equilíbrio que cura

A humanidade não adoece por falta de recursos, mas pelo excesso e pelo mau uso deles.

O caminho da cura está na sobriedade: voltar ao essencial, redescobrir a simplicidade e impor limites ao desejo.

O vinho nos mostra isso de forma silenciosa: a vida não se mede em excessos, mas na sabedoria de escolher o suficiente — e no prazer de apreciar cada momento.


 

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